segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A festa do Céu

Entre todas as aves,espalhou-se a notícia de uma festa no Céu.Todas as aves compareceriam e começaram a fazer inveja aos animais e outros bichos da terra incapazes de voo.
Imagem quem foi dizer que ia também a festa...O sapo! Logo ele,carreira, seria capaz de aparecer naquelas alturas? Pois o sapo disse que tinha sido convidado e que ia sem dúvida nenhuma.Os bichos só faltaram morrer de rir.Os passáros ,então,nem se fala.
O sapo tinha seu plano.Na véspera,procurou o urubu e deu uma prosa boa,divertindo muito o dono da casa.Depois disse:
-Bem,camarada urubu,quem é coxo parte cedo e eu  vou indo porque o caminho é comprido.
O urubu respondeu:
- Você vai mesmo?
- Se vou? Até lá,sem falta!
Em vez de sair,o sapo deu uma volta ,entrou no quarto do urubu e,vendo a viola em cima da cama,meteu-se dentro,encolhendo-se todo.
O urubu ,mais tarde,pegou a viola,amarrou-a a tiracolo e bateu asas o céu, rru-rru-rru...
  Chegando ao céu,o urubu deixou a viola num canto foi procurar as outras aves.O sapo botou um olho de fora e, vendo que estava sozinho,deu um pulo e ganhou a rua,todo satisfeito.
 Nem queriam saber o espanto que as aves tiveram vendo pulando no céu! Perguntaram, perguntaram,mas o sapo só fazia conversa mole.A  festa começou e o sapo se divertiu a valer. Pela madrugada, sabendo que só podia voltar do mesmo jeito da vinda, mestre sapo foi se esgueirando e correu para onde o urubu havia se hospedado. Procurou a viola e acomodou-se como da outra vez.
 O sol saindo, acabou-se a festa e os convidados foram voando cada um no seu destino. O urubu agarrou a viola e tocou-se para a terra,rru-rru-rru...
Ia pelo meio do caminho quando, numa curva,o sapo mexeu-se e o urubu espiando para dentro do instrumento viu o bicho lá no escuro, todo curvado, feito uma bola.
-Ah! camarada sapo! É assim que você vai à festa do Céu? Deixe de ser confiado...
E naquelas lonjuras virou a viola. O sapo despencou-se para baixo e vinha zunindo.E dizia na queda:
- Béu,béu!
Se eu desta escapar
Nunca mais bodas do Céu!...

E vendo as terras lá em baixo:
-Arreda,pedra, senão eu te rebento!
Bateu em cima das pedras como um jenipapo,emborrachando-se todo. Ficou em pedaços.Nossa Senhora, com pena do sapo, juntou os pedaços e o sapo ressucitou.
Por isso o sapo tem o couro todo cheio de remendos.

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